Ditos da Vovó Cecilia
– “tetéia” eu nem lembrava mais.
– “que coisa cacete” – sem qualquer segunda conotação, a não ser a de algo realmente chato …vovó era puritana…. (Claudio)
Lembrei de mais uma expressão da minha mãe qdo. ficava escandalizada com alguma coisa : Hom’essa…!!!!!!!!!!!! (Tia Anna)
Outro:
– Misericórdia!
A Cláudia (minha irmã), quando tinha dois ou três anos, respondia: “Eu não sou Milicódia, não!” Me lembro dessa cena na casa da Al. Tirió. A vovó se divertia e adorava repetir a palavra para ouvir a Cláudia reclamar.
Tinha também “merci”. (Elisa)
Didi, nunca mais arranque uma folha de planta!
Publicado em 05/Jan/2012
Eu tenho uma lembrança de Lucélia dos meus … 7/8 anos, mas com o Vovô Mesquita:
Engana-se quem pensa que ele tão calmo, não dava suas broncas. Eficazmente!
Era dia de “catar manga”. Estávamos todos lá. Aquela meninada barulhenta entrava e saía pela porta da frente da casa, no meio de uma manhã calorenta, com as mãos cheias da fruta. Recordo que ao lado daquele portal havia um grande vaso de hibisco, ou coisa parecida, e cada vez que eu passava por ele arrancava uma folhinha do vaso. Era tão verdinha e tão opulenta a planta, que tornou-se irresistível para mim. Precisava arrancar mais uma a cada passada. Na varanda, ao lado do vaso, dormitava o Vovô numa rede grande. Na entrada eu arrancava uma folhinha e na saída também. Arrancando na ida e arrancando na volta, muitas folhas. O cheiro de planta acentuou-se, e eu adorando aquilo fui maltratando a planta cheirosa até que… uma mão ossuda e grande agarrou-me pelo pulso no ato! Uma voz grave a acompanhou mansamente mas, com inarredável doçura então ouvi: – “Didi, nunca mais arranque uma folha de planta!” Sem voz e devastadamente grudada no chão obedeci. Até hoje!!!
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Didi.
Balas para presidiarios
Eu tenho muito carinho pela vovo Cecilia. Sempre vivi proxima a ela.
Tenho muito orgulho de ter o nome dela. Sei que ela era uma batalhadora.
Ja contei esta historia no orkut, mas gostaria que ficasse registrada no
site.
Num Natal, nao sei se ela fez alguma promessa ou o que foi, ela resolveu
fazer balas para os presidiarios. Isto foi no apartamento da vila Mariana,
que ela morou antes de ir para o apto da Paulista. Alguem falou para ela que
na penitenciaria do Carandiru cabiam uns 1000 presos. Ai ela fez as contas e
chegou a conclusao de que seriam precisos 10 receitas de bala para fazer 10
balas para cada preso…ou qualquer coisa assim. Bom, quando o trabalho ja
estava bastante adiantado, ela resolveu ligar para a penitenciaria para
saber com mais precisao quantos presos eram…e eram mais de 5.000…Foi uma
correria, ela pos todo mundo embruhando bala e a producao foi a todo vapor
ate o Natal, mas cumpriu a meta de mandar um pacotinho para cada preso. E
por alguns anos, ela fez balas para os presos. Convocava os netos mais novos
para ajudar e qualquer um que chegasse, entrava no trabalho. So parou quando
nao dava mais para fazer e ai ela resolveu comprar bala pronta para
mandar…
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Ciça
Familia barulhenta
Eu devia ter uns 8-9 anos, e passamos por Rio Preto, provavelmente
a caminho de Minas, vindos de Umuarama. Achei o maximo esses parentes de Rio Preto,
com uma garagem cheia de suprimentos para acampamento (estavam se preparando para
uma viagem), uma kombi (!!!!) e uns primos doidos e super barulhentos, que quase se
matavam jogando um “jogo da memoria”, que pra mim era a maior novidade: em Umuarama,
brinquedo era so boneca de plastico, forte apache, bola de gude e peteca!!!!
Confesso que fiquei entre fascinada e intimidada com meus recem-descobertos primos,
tao efusivos e barulhentos!!! Pelo jeito nao mudaram nada heheheheh
Patricia
(Nota do editor: Por isso que os Pinto Cesar sao todos surdos.)
Lucelia
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“Igreja Matriz”
Essa Pagina e emprestada do site do Amaury veja |
Segue anexa a primeira carta que vovó escreveu a fila caçula, em 10 de maio de 1944.
Para quem não está acostumado com a letra da vovó, achei melhor transcrevê-la na íntegra.
“Martha, coraçãozinho da mamãe
Que cartinha linda você para mamãe, meu anjinho! Mamãe leu nella todos os beijos, todos os abraços, todas as saudades que a Martha mandou. E o coração da mamãe também bateu de alegria!
Por isso mamãe vae logo embora (porque não aguenta mais de saudades.
Como vai a Nona? tem passado muito pito quando você não come? Precisa comer direitinho para engordar um pouco e o coração da mamãe bater de alegria outra vez. E o Paulino como vae? Não ficou mais doente, ficou? O Rafael já casou? não? que bôbo, você acha? E a Emilia tem brigado muito? não furta mais comida, nem pão e nem doce? Si ella tiver furtado não ganha uma coisa que a mamãe vae levar.
E para Martha? vá adivinhando que a mamãe não pode contar, e a mamãe vae logo, logo, quasi atraz da carta.
Uma penca de beijos e um abraço duro, duro, duro para a florzinha linda
da Mamãe”.
Basta fechar os olhos e imagino ela falando a frase final. que linda!
Valéria
De Paulo Vicente de Azevedo
Tenho aqui uma carta que a vovó recebeu em 1983 de um tal Paulo Vicente de Azevedo. Não sei porque esta carta ficou com a minha mãe, que depois me deu e eu guardei até hoje. A carta é muito interessante e conta um pouco como foram as experiências do nosso avô quando estava trabalhando no interior de SP antes da fundação de Lucélia. Eu não tenho scanner aqui, de forma que vou transcrever a carta abaixo. Ela está escrita a máquina, cheia de erros e correções, e se percebe que foi escrita por uma pessoa idosa. Inclusive, este senhor confunde o nome da vovó como sendo “Silvia”. No mais, tentarei ser o mais fiel possível no formato com que ele escreve.
Luiz Mesquita de Arruda Camargo
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Paulópolis, 8 de fevereiro de 1983
Exma Sra. Dona Silvia Mendes Mesquita.
Desejando antes de tudo, bôa saúde e perfeita paz á Senhora e a todos de sua particular estima, peço desculpas por lhe pedir um depoimento do seu heroico, infelizmente falecido marido, o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita. Quando este contratou a medição da Fazenda Balisa, onde a Senhora morou com seus filhos, a Zona era dominada pelo indios Caigangs, os quaes haviam praticado varios morticinios, como aconteceu a Manoel Moreira Alvim e ás pessoas que o acompanhavam, isso aconteceu do lado
nascente da Fazenda São Matheus que ele Alvim e José Antonio de Paiva compraram de José Theodoro de Souza, que a havia registrado no Registro Paroquial de Botucatu, em 1850 – Ao poente ficava Rancharia onde o Dr. Mesquita, em 1918 fez uma bem sucedida lavoura de algodão, enquanto se preparava para enfrentar o Caigangs, durante a medição da Fazenda Balisa. Num do ataques que sofreu, mandou cortar um pedaço de
arvore com flexa espetada, o qual pedaço esteve pregado na parede de seu escritório, á rua Direita, si não me engano. Desse pedaço de arvore restará ao menos uma foto, que, si me fôr emprestada, devolverei com a ampliação que mandarei fazer. Lembro-me bem que adiravamos a coragem daquele admiravel engenheiro, que enfrentou e venceu a fúria dos selvicolas. Será uma prova do que poude fazer um magnifico engenheiro no exercicio da sua nobre profissão. Muito mais tarde, o bahiano Heitor Freire de Carvalho, fez sofrer o Dr. Mesquita, inventando a Adamantina para prejudicar o pioneiro da zona, que, com risco de vida e bens havia enfrentado e vencido as dificuldades que se opunham ao seu trabalho civilisador. É uma pagina que merece ser escrita, para que as geraçóes futuras conheçam o que devemos a quem devemos. Fui visinho de Dr. Luiz Mesquita quando entrei em 1919 em João Ramalho, não mais
encontrando a pericolisade dos indigenas.
Peço as suas presadas ordens ao conterraneo servo e admirador.
Paulo Vicente de Azevedo
Livro Centenario de Octavio Mendes
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