Baratas…

On Jan 17, 2012, at 1:02 PM, Cecilia Polido wrote:

Eu tenho uma estoria de Lucelia.
Quando eu tinha 13 ou 14 anos a vovo’ me convidou pra passar as ferias com ela em Lucelia.
Fomos de onibus e tio Mario nos levou pra rodoviaria de carro.
As bagagem da vovo era composta de 21 volumes.. ela levou de tudo, ate a maquina de trico.
Na chegada em Lucelia, ela contou as malas cuidadosamente, pq nao queria perder nenhuma. E, qual nao foi minha surpresa quando ela chamou uma charrete pra nos levar pra chacara, com todas aquelas malas… levou um tempao pra desfazer todas e tenho certeza que uma ou outra ela nem abriu.
E a maquina de trico virou a minha diversao pq eu nao tinha muito o que fazer por la, A vovo’ tinha um ritual pra dormir… arrumava os lencois sobre um sofa que ficava no terraco da casa . O sofa tinha uma forracao de plastico e os lencois escorregavam. mas ela achava uma delicia dormir ali pq era fresco. E para que ela nao dormissse sozinha ali, ela arrumava um colchao tambem no terraco para que eu dormisse la. Eu nao gostava disso. Me sentia desprotegida e nada confortavel, apesar de o colchao ser bom. Mas tinha uma parte do ritual que me deixava mais espantada. Toda a familia sabe o quanto a vovo’ tinha nojo, medo, aversao por baratas. Assim, ela aplicava jatos da bomba de fleet sobre ela mesma… aquilo era fedido e nao devia fazer nada bem pra saude dela. Numa manha, ela acordou passando mal e pediu pra que eu a ajudasse a se arrumar pq a charrete que vinha busca-la 2 ou 3 vezes por semana estava pra chegar. E ela foi de charrete ate o hospital. Ficou internada alguns dias com desidatracao. Ninguem me tira da cabeca que aquele spray de veneno foi a causa dela ter ficado doente.
Lembro que foi um alivio quando a Tia Ana chegou para as ferias e tomou conta da situacao.

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