Caso de Policia

Claro que tenho muita honra de ter o mesmo nome do vovô. Mas obviamente já ouvi
muitas e boas a respeito, já que meu pai tinha o mesmo nome, apenas com o sufixo
” FILHO” adicionado. A mais comum delas e’ “Puxa, que falta de criatividade dos
pais…”, e a segunda mais comum sendo “Podiam pelo menos ter adicionado o “NETO” no
final, não e’ mesmo?…” e assim vai. Mas uma vez a coisa quase virou caso de
policia. La’ pela metade da década de 70, o tio Rubens, numa de suas passagens por
Cianorte, deu $50 cruzeiros de presente ao afilhado. E lá fui eu sorrindo de orelha
a orelha depositar a bolada na Caixa Econômica, já sonhando com o futuro. Algum
tempo depois, minha mãe e eu passamos na agencia para sacar a bufunfa, mas para
nossa surpresa o saldo estava quase zerado. E toma pito daqui, e briga com o caixa
de lá, ate’ que o gerente que era amigo da família lembrou-se que além da conta em
nome de “Luiz Ferraz de Mesquita”, havia outra em nome de “Luiz Ferraz de Mesquita
Filho”. Quando fomos averiguar o saldo da outra, confirmou-se um deposito de $50
feito alguns meses. Obviamente, o rapaz do caixa no dia do deposito concluiu que
” esse moleque ai’ … “, só poderia ser o “Filho”, e assim depositou tudo na conta
do “pai”. Ninguém podia culpar o pobre rapaz pelo erro: quem em sua sã consciência
chamaria o “pai” de “Filho”? Só mesmo um genuíno Mesquita!

Depois que casei, meu pai um dia perguntou esperançoso a sua querida nora: “se vocês
um dia tiverem um filho homem, poderiam chamar de Luiz Ferraz de Mesquita não? Seria
maravilhoso dar continuidade a tradição!” E a Paty depois de controlar o frio na
espinha, e não querendo desagradar o sogro que ela amava de paixão, mais que
depressa emendou… “Nossa, que grande idéia! Eu adoraria, mas temo que ele não
podendo ser nem “filho”, nem “neto” dificilmente faria jus a grandiosidade do
original”. E assim, nasceu Tomas!

Luizinho

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